A Nakba: A limpeza étnica e o nascimento de Israel

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Os palestinianos chamam ao que lhes aconteceu em 1948 a Nakba – a palavra árabe para catástrofe. Foi perpetrada por líderes sionistas que tencionavam formar o Estado de Israel em terras palestinianas sem os palestinianos.

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Durante a Nakba, quase um milhão de palestinianos (metade da população nessa altura) foram brutalmente afastados das suas terras, aldeias e casas, fugindo apenas com os bens que conseguiram levar. Muitos foram violados, torturados e mortos. Para garantirem que não haveria nenhuma razão para os palestinianos regressarem, as suas aldeias e mesmo muitas oliveiras e laranjeiras foram tão eficientemente arrasadas que sobram poucos restos visíveis. Quando a Nakba terminou, tinha havido 31 massacres documentados e provavelmente outros. Cerca de 531 aldeias e 11 bairros urbanos foram esvaziados dos seus habitantes.
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O livro A Limpeza Étnica da Palestina (One World Publisher, Oxford, 2006) do historiador e conferencista decano israelita Ilan Pappe da Universidade de Haifa analisa o período da Nakba. A premissa é de que a Nakba não foi mais que um acto de limpeza étnica, normalmente considerado pelo direito internacional um crime contra a humanidade. Em apoio desta teoria, o autor esboça várias definições de diferentes fontes actuais, entre as quais “uma zona etnicamente mista transformada num espaço étnico puro”. Ele mostra como o massacre e/ou expulsão forçada dos arménios na Turquia, dos tutsis no Ruanda e dos croatas e bósnios na antiga Jugoslávia é afim ao que os sionistas fizeram aos palestinianos numa escala massiva em 1948 e ainda o estão a fazer hoje. Pappe também delineia uma ligação entre limpeza étnica e colonialismo, tal como aconteceu na América do Norte e do Sul, bem como em África e na Austrália.

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